Coluna Professor Nelson

Que tal treinar seu texto para a redação do Enem?

O próximo domingo (13.11.2022) será o primeiro dia de provas do Enem, Exame Nacional do Ensino Médio. De acordo com o Inep, 3.396.632 estudantes farão as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e ciências humanas e suas tecnologias. “Bora” se preparar para a redação, analisando um texto produzido pelo professor Nelson Letras sobre o tema do ano ado “Invisibilidade e registro civil: garantia de o à cidadania no Brasil”!

Excluídos de sua cidadania, mais de três milhões de brasileiros, segundo estimativas, não existem para o Estado, pois não possuem registro de nascimento. O Governo Federal vem demonstrando com algumas ações que não se preocupa em garantir que o brasileiro possua e usufrua sua cidadania, como, por exemplo, com o imbróglio envolvendo o Censo Demográfico 2020, cujos recursos para a realização haviam sido retirados do IBGE. Dessa maneira, o Estado transgride a Constituição Federal de 1988, ao não se preocupar em assistir os brasileiros a que desfrutem e exerçam sua cidadania. Portanto é dever dos Três Poderes não só efetuar o registro civil dos brasileiros, como também assegurar seus direitos e apresentar-lhes o conhecimento político para que compreendam o significado do ser-cidadão.

Dentre os documentos de identidade, a Certidão de Nascimento é o mais importante para o o à cidadania, uma vez que sem ela o indivíduo não existe para o Estado. O exemplo de indígenas sem registro, devido à incompetência dos Três Poderes, demonstra como essa comunidade é excluída do País. Exclusão semelhante ocorre com brasileiros pobres, em grande parte brasileiros pretos e pardos os quais, sem documentação, são impedidos do o a direitos básicos como moradia, saúde e educação. A falta de registros ainda está presente, por exemplo, em problemas como os da população transexual com baixo poder aquisitivo que enfrenta dificuldades em se estabelecer socialmente, visto que não consegue alterar os nomes das certidões de nascimento e de outros documentos por não possuir recursos financeiros para isso.

Para ser um cidadão, o indivíduo precisa não só ser reconhecido pelo Estado, mas também ser assistido por este. Ao possuir o registro civil, o brasileiro é um cidadão no papel, mas isso não lhe garante uma cidadania na prática. Ser um cidadão apenas no papel é não receber os direitos garantidos pela Constituição – assim como analisa o jornalista e escritor Gilberto Dimenstein, idealizador do Portal Catraca Livre, ao abordar essa situação-problema quanto aos direitos da criança e do adolescente na sociedade brasileira. Além disso, é mister que a assistência estatal capacite o indivíduo a compreender seus direitos e também deveres, a compreender que ser cidadão consiste em intervir na sociedade em prol do bem comum.

Pessoas sem registro são pessoas invisíveis para o Estado. Essa invisibilidade deixará de existir se os Três Poderes assumirem sua função no Contrato Social com a implantação, por exemplo, de uma força-tarefa que percorra o país registrando os brasileiros. Todavia, apenas o registro civil não garante o o à cidadania, por isso Executivo, Legislativo e Judiciário precisam oferecer e garantir recursos, com programas sociais, para que os brasileiros possam viver dignamente. Esses recursos também devem consistir em investimentos educacionais com mudanças na grade curricular escolar pela ênfase em filosofia e sociologia e pela criação da disciplina de ciência política, de maneira que o discente compreenda o conceito de cidadão. Assim o brasileiro fará parte do corpo social do País da Ordem e Progresso.

Prof. Nelson Letras elabora redação sobre o tema da Fuvest

Você que fez a prova de redação do vestibular da Fuvest, confira o texto desenvolvido pelo professor Nelson, da Escola de Redação Nelson Letras, sobre o tema pedido “As diferentes faces do riso”.

 Riso, um desafio para o bem coletivo

      O riso é uma demonstração física de felicidade, uma consequência de algo considerado engraçado, uma ironia sobre a dor, sobre a tristeza, uma falsa manifestação para alegrar o receptor ou, até mesmo, para lhe enganar. Assim, trata-se de uma característica do ser humano que o auxilia a sobreviver e a intervir na sociedade. Entretanto, para a harmonia social, uma vez que rir é um ato político, é necessário que ele seja o resultado de ações que visem a coletividade e não o egoísmo, que ele seja mais que uma reação física a um estímulo mental para o bem, seja, conforme afirmou o humorista Paulo Gustavo, um ato de resistência.

Próprio do homem, fruto da racionalidade humana, o riso já foi proibido por aqueles que, para se manterem no poder, objetivavam esconder o conhecimento da sociedade. Em O nome da Rosa, romance do escritor e filósofo italiano Umberto Eco, a narração serve de metonímia para esse tipo de dominação, ao relatar a história de assassinatos, em um convento, no século XIV, que tinham por objetivo proibir até mesmo os próprios monges de conhecerem a Teoria do Riso de Aristóteles. Para a Igreja Católica da época medieval, o riso, a comédia, poderia abalar o medo da sociedade perante a Igreja e seus representantes na terra, dificultando, assim, a dominação.

A finalidade de impedir o humor como característica racional do cidadão mantém-se no período pós-moderno. Impedir o ser humano de questionar o mundo, de questionar a sociedade, ainda faz parte da moral conservadora que busca a manutenção do poder. Em 2019, a sede de produção do canal humorístico Porta dos Fundos foi atacada a bombas por um grupo contrário às esquetes criadas pelos artistas. Muitas dessas filmagens se utilizam do humor para criticar valores morais preconceituosos relacionados a doutrinas religiosas as quais se consideram cristãs, como por exemplo, o especial de fim de ano que trazia um Jesus Cristo homossexual.

Por outro lado, há indivíduos que defendem a tese da liberdade irrestrita do uso do riso contrário ao politicamente correto. Esse tipo de atitude, além de se fundamentar em um argumento incoerente, também é usado para dominação. Defender a liberdade narcísica de maneira a prejudicar a liberdade do outro é um sofisma, um argumento sem lógica, uma vez que o valor universal da liberdade foi transgredido. O humor que ofende, que traz discursos de ódio, que causa sofrimento e mortes busca manter o condicionamento social por uma ideologia, uma falsa concepção da realidade, a qual inferioriza minorias. Logo, trata-se de risos prejudiciais ao meio social.

Há mais de dois mil anos, o filósofo grego Aristóteles refletia sobre o “homem ser, por natureza, um animal político”, todavia este também possui características narcísicas, fazendo com que, muitas vezes, queira intervir na sociedade em busca de suas vontades e não da harmonia coletiva. Portanto, o riso é mais uma ferramenta usada por muitos para dominação – lembrando as reflexões de Maquiavel sobre política. O riso possui diferentes faces, e a que deve prevalecer é a que visa a felicidade não apenas individual, mas também coletiva. Em contrapartida, gargalhadas egoístas, eugenistas devem ser tolhidas, visto que são contrárias ao bem dos vilipendiados, da coletividade.

 

ESCOLA DE REDAÇÃO NELSON LETRAS

– RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES

– AULAS REFLEXIVAS SOBRE TEMAS ATUAIS

NOVO ENDEREÇO!

RUA JOÃO OS, 1721, CENTRO, BOTUCATU. INFORMAÇÕES PELO WHATSAPP (14) 98171 44 84

Confira texto elaborado pelo Prof. Nelson Letras sobre o Tema de Redação do Enem

E o tema da redação do Enem 2021 foi “Invisibilidade e registro civil: garantia de o à cidadania no Brasil”.  A seguir confira um texto produzido pelo professor Nelson, da Escola de Redação Nelson Letras, sobre o tema deste ano.

 

 

 

Excluídos de sua cidadania, mais de três milhões de brasileiros, segundo estimativas, não existem para o Estado, pois não possuem registro de nascimento. O Governo Federal vem demonstrando com algumas ações que não se preocupa em garantir que o brasileiro possua e usufrua sua cidadania, como, por exemplo, com o imbróglio envolvendo o Censo demográfico 2020, cujos recursos para a realização haviam sido retirados do IBGE. Dessa maneira, o Estado transgride a Constituição Federal de 1988, ao não se preocupar em assistir os brasileiros a que desfrutem e exerçam sua cidadania. Portanto é dever dos Três Poderes não só efetuar o registro civil dos brasileiros, como também assegurar seus direitos e apresentar-lhes o conhecimento político para que compreendam o significado do ser-cidadão.

Dentre os documentos de identidade, a Certidão de Nascimento é o mais importante para o o à cidadania, uma vez que sem ela o indivíduo não existe para o Estado. O exemplo de indígenas sem registro, devido à incompetência dos três Poderes, demonstra como essa comunidade é excluída do País. Exclusão semelhante ocorre com brasileiros pobres, em grande parte brasileiros pretos e pardos os quais, sem documentação, são impedidos do o a direitos básicos como moradia, saúde e educação. A falta de registros ainda está presente, por exemplo, em problemas como os da população transexual com baixo poder aquisitivo que enfrenta dificuldades em se estabelecer socialmente, visto que não consegue alterar os nomes das certidões de nascimento e de outros documentos por não possuir recursos financeiros para isso.

Para ser um cidadão, o indivíduo precisa não só ser reconhecido pelo Estado, mas também ser assistido por este. Ao possuir o registro civil, o brasileiro é um cidadão no papel, mas isso não lhe garante uma cidadania na prática. Ser um cidadão apenas no papel é não receber os direitos garantidos pela Constituição – assim como analisa o jornalista e escritor Gilberto Dimenstein, idealizador do Portal Catraca Livre, ao abordar essa situação-problema quanto aos direitos da criança e do adolescente na sociedade brasileira. Além disso, é mister que a assistência estatal capacite o indivíduo a compreender seus direitos e também deveres, a compreender que ser cidadão consiste em intervir na sociedade em prol do bem comum.

Pessoas sem registro são pessoas invisíveis para o Estado. Essa invisibilidade deixará de existir se os Três Poderes assumirem sua função no Contrato Social com a implantação, por exemplo, de uma força-tarefa que percorra o país registrando os brasileiros. Todavia, apenas o registro civil não garante o o à cidadania, por isso Executivo, Legislativo e Judiciário precisam oferecer e garantir recursos, com programas sociais, para que os brasileiros possam viver dignamente. Esses recursos também devem consistir em investimentos educacionais com mudanças na grade curricular escolar pela ênfase em filosofia e sociologia e pela criação da disciplina de ciência política, de maneira que o discente compreenda o conceito de cidadão. Assim o brasileiro fará parte do corpo social do País da Ordem e Progresso.

 

ESCOLA DE REDAÇÃO NELSON LETRAS

– AULAS INDIVIDUAIS OU EM GRUPO

– RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES

– AULAS REFLEXIVAS SOBRE TEMAS ATUAIS

RUA CORONEL FONSECA, 408, CENTRO, BOTUCATU. INFORMAÇÕES PELO WHATSAPP (14) 98171 44 84

Prof. Nelson Letras elabora redação sobre o tema da UNESP – “Tempo é dinheiro?”

Você que fez a segunda fase do vestibular da Unesp, confira a dissertação desenvolvida pelo professor Nelson, da Escola de Redação Nelson Letras, sobre o tema pedido “Tempo é dinheiro?”.

 

      Fruto de uma ideologia capitalista, o pensamento coletivo possui como realidade a visão de que tempo é dinheiro. Sem a capacidade de compreendê-la sob outras perspectivas, muitos indivíduos, vivendo em uma Menoridade – lembrando as reflexões do filósofo iluminista Immanuel Kant sobre liberdade de pensamento -, possuem um consciente e inconsciente construídos sob valores positivistas que os mantêm como um objeto e não como um sujeito da realidade. Entretanto, apreçar o tempo é apressar o final da vida limitando os prazeres de sua existência.

“Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade”. Há três mil anos, no livro de Eclesiastes, o rei de Israel, Salomão, refletia sobre a importância de o ser humano perceber que tudo é ageiro, que é necessário compreender a relação entre o indivíduo e o tempo, que há tempo para tudo, para alegrar-se e entristecer-se, para plantar e colher, para viver aproveitando o dia. Todavia é difícil, para o homem, relacionar-se assim com o tempo, e, desde que a realidade capitalista ou a reger as sociedades, o motivo da existência, equivocadamente, vê a utilidade da vida na busca de capital, compreendendo o tempo como moeda.

No século XIX, o pensador alemão Karl Marx defendeu a concepção de que “aquilo que os indivíduos são depende das condições materiais de sua produção”. Segundo Marx, muitos valores morais são ideologias impostas pela classe dominante, consequências dessas condições. Assim, o modo de produção da vida material cria as relações de exploração de trabalho, implicando a manutenção da ética de que o trabalho dignifica o homem, de que viver é trabalhar, de que o tempo deve ser utilizado para a produção de capital com a crença de que esta é sinônimo de felicidade.

O pensamento marxista vai de encontro a doutrinas como o Positivismo do filósofo Auguste Comte, ou o Taylorismo e o Fordismo; sistemas que influenciaram consciente e inconsciente dos indivíduos com a falsa concepção da realidade de que os minutos, horas, dias, anos devem ser mensurados de forma monetária. Atualmente, na sociedade moderno-líquida, o pensamento é ampliado pelas relações efêmeras e superficiais entre grande parte da humanidade e o que está ao seu redor, impossibilitando-a de compreender que essa ideologia cobrará um preço sem um amanhã.

Como muitas pessoas estão presas ao Rolex que controla suas vidas e que monetiza cada momento ado, é mister alcançar a Maioridade, usar a racionalidade, a utopia a qual possibilita descontruir a ideologia recalcada no ser, para transformar a realidade, para se compreender que tempo não é dinheiro, que tempo é uma sucessão de momentos os quais devem ser aproveitados sabendo-se que, embora sejam únicos, devem ser desfrutados como uma sequência infinita de repetições, assim como na filosofia do Eterno Retorno desenvolvida, no século XIX, pelo filósofo Friedrich Nietzsche.

 

ESCOLA DE REDAÇÃO NELSON LETRAS

– AULAS INDIVIDUAIS OU EM GRUPO

– RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES

– AULAS REFLEXIVAS SOBRE TEMAS ATUAIS

RUA CORONEL FONSECA, 408, CENTRO, BOTUCATU. INFORMAÇÕES PELO WHATSAPP (14) 98171 44 84

Prof. Nelson Letras elabora redação sobre o tema da FUVEST

Você que fez a segunda fase do vestibular da Fuvest, confira o texto desenvolvido pelo professor Nelson, da Escola de Redação Nelson Letras, sobre o tema pedido “O mundo contemporâneo está fora da ordem?”.

 Podres poderes, o erro na engrenagem

      “Enquanto os homens exercem/ Seus podres poderes/ Morrer e matar de fome/ De raiva e de sede/ São tantas vezes/ Gestos naturais” … Na década de 1980, o músico Caetano Veloso gritava “setecentas mil vezes” sobre o desordenamento que prejudica a harmonia do mundo. Desde o desrespeito pelo sinal vermelho de um semáforo, até a consciente morte causada por tiranos, o poder é refletido na canção como forma de desconstruir a ordem universal. Essa ideia de ordem cósmica remete aos filósofos gregos clássicos e sua visão de eudaimonia do universo. Para eles o universo era finito e tudo que existe, existe para uma finalidade. Eudaimonia seria o estabelecimento da ordem, cada elemento desenvolvendo sua função. Todavia o ser humano, único elemento que pode alterar essa harmonia, pelo mau uso de seu poder vai de encontro ao logos universal.

A interferência humana na natureza pelos detentores do poder é um desafio ao planeta. A Hipótese de Gaia proposta no final dos anos 1960 pelo cientista James Lovelock, traz à reflexão consequências de ações contrárias à organização de elementos que compõem a biosfera terrestre. Em 2020, as mudanças climáticas tornaram-se mais aparentes e a Amazônia e o Pantanal brasileiros, por exemplo, queimaram pelo mau uso do poder humano, causando escuridão em Gaia e no ordenamento da natureza. A capacidade humana de intervir sobre o ecossistema também foi, possivelmente, a responsável pelo surgimento da pandemia do vírus SARS-Cov-2, que trouxe medo e mortes dos seres racionais – a fim de se autorregular, para manter sua vida, Gaia procura eliminar o que “está fora da ordem”, o erro na engrenagem.

Não só a natureza é atingida pelos podres poderes, mas também as relações sociais, a sociedade, e, mais diretamente, as minorias. A ambição instigada pelo capital e sua sedutora cobiça causa desigualdades em que muitos am fome, morrem, enquanto uma pequena parcela senta-se em tronos físicos e psicológicos de poder. Ao se transformar em uma empresa, o indivíduo procura manter o mercado não importando a morte de seres de seu coletivo. Em defesa da economia, a empatia perdeu lugar para frases como “dos que morrem pela pandemia, mesmo dos velhinhos, só 10 a 15% morrem”. E nestes tempos de crise financeira, pouco mais de quarenta milionários brasileiros aumentaram suas fortunas, só nos primeiros meses da pandemia, em mais de vinte por cento.  Internacionalmente, a Nova Ordem Mundial e seus poderosos também mostram sua face da moeda pela compra dominante de EPIs, anti-inflamatórios, respiradores e de vacinas, deixando nações mais pobres à margem da busca por uma solução.

A Nova Ordem Mundial, o neoliberalismo que deveria estabelecer harmonia entre as nações, é uma ideologia, não uma realidade – tal qual a falsa esperança divulgada pelas nações sobre a preservação do meio ambiente ou sobre a acumulação de capital em defesa da melhora de vida de toda a população. A realidade não é de esperança, é de pânico assim como argumentou a jovem ativista sueca Greta Thunberg. Retomando a filosofia grega e a concepção de eudaimonia; para Aristóteles, o homem é por natureza um animal político, portanto lhe é intrínseca a intervenção na sociedade em busca da harmonia do coletivo, e, neste, cada um possui sua função. Portanto, Caetanos e Gretas continuarão sua luta pelo estabelecimento da justiça, da harmonia na Terra, em Gaia, digladiando contra a falha na ordem universal, os adoradores da riqueza que fazem mau uso de seu poder – “Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem/ Apenas sei de diversas harmonias bonitas possíveis sem juízo final”.

 

ESCOLA DE REDAÇÃO NELSON LETRAS – MATRÍCULAS ABERTAS 2021 (INÍCIO DO CURSO – 01.03)

– AULAS INDIVIDUAIS OU EM GRUPO

– RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES

– AULAS REFLEXIVAS SOBRE TEMAS ATUAIS

RUA CORONEL FONSECA, 408, CENTRO, BOTUCATU. INFORMAÇÕES PELO WHATSAPP (14) 98171 44 84

 

Texto elaborado pelo Prof. Nelson Letras sobre o tema de redação do Enem

Com uma abstenção de mais de 50%, foi realizada a primeira prova do Enem, no último domingo, 17.01. Além da resolução das 90 questões de múltipla escolha, os candidatos tiveram de desenvolver uma dissertação argumentativa sobre o tema “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”.

A seguir confira um texto produzido pelo professor Nelson, da Escola de Redação Nelson Letras, sobre o tema deste ano. O prof. Nelson chama o candidato à atenção de que o tema não é simplesmente sobre doenças mentais, mas sim sobre o “estigma” associado a doenças mentais. Lembrando que, para a redação do Enem, não é necessário que o texto possua título.

O indivíduo com algum tipo de transtorno mental compõe uma sociedade que não o integrou. A exclusão social dessas pessoas busca esconder uma característica que é do próprio cidadão excludente, pois distúrbios mentais são manifestações de uma instância que todos os seres humanos possuem; “o consciente é – lembrando Sigmund Freud – apenas a ponta do iceberg, toda a parte abaixo do nível do mar é o inconsciente”, o qual precisa ser estudado para uma melhor compreensão da psiquê e suas idiossincrasias.  Com medo da realidade, o homem criou uma imagem sobre doenças mentais, de não aceitá-las como algo próprio do ser humano, de entendê-las como algo repulsivo, característica de seres imperfeitos, incapazes; trata-se de uma não-aceitação do próprio ser e de uma incoerente visão eugênica.

Uma boa ferramenta para se refletir sobre essa situação-problema é a Sétima Arte. Um dos filmes mais vistos no ano de 2019 foi a adaptação cinematográfica do personagem de HQ Coringa. O filme trouxe a discussão sobre como a sociedade, em vez de auxiliar aqueles que possuem transtornos mentais, age da maneira oposta, maltratando-os, anulando suas vidas – “a pior parte de ter uma doença mental é que a gente espera que você aja como se não a tivesse”. Essa aversão pelo distúrbio mental e por aqueles que o possuem causando-lhes a dor do existir, tem origem, em grande parte, no século XVII, nos “Hospitais gerais” e nas “Casas de internação” europeus em que os denominados loucos eram internados, muitas vezes, compulsoriamente, não para tratamento, mas sim para serem retirados da sociedade – em A história da loucura, o filósofo francês Michel Foucault analisa essa exclusão dos doentes mentais e a visão social de que estes parece não serem considerados seres humanos.

Em grande parte, a mente é um produto social, a qual capta todos os estímulos, assimilando experiências, emoções, produzindo o que é o indivíduo. Se a sociedade cria, por exemplo, a ideia de que a pressão sobre jovens que farão a prova do Enem é algo que todos têm a capacidade de enfrentar sem transtornos mentais como a ansiedade patológica, o próprio jovem não aceita a condição de acometimento de uma situação em que precisa de ajuda para sua saúde mental; ele não aceita a sua realidade de transtorno mental e, por medo de encará-la, pode ter problemas mais graves como a depressão. Já no século XIX, o filósofo Friedrich Nietzsche criticava a supervalorização da razão em detrimento da emoção, alertando que o homem não deve negar seu ser, mas sim vivê-lo como ele é.

Ter saúde mental é ter consciência de que a mente é complexa e de que doenças mentais não devem ser estigmatizadas, não devem ser compreendidas diferentemente, por exemplo, de doenças respiratórias ou cardiovasculares, a fim de que a procura por tratamentos psicológicos não seja rotulada de maneira depreciativa. Assim, é mister que o homem tenha o ao conhecimento que lhe permita não só uma autocompreensão mental, mas também anular a marca negativa, o preconceito, sobre distúrbios mentais. No Brasil, esse conhecimento deve ser orientado pelo MEC para ser abordado nas escolas, nas ciências como pela psicologia com pensadores como Freud, ou pela filosofia com intelectuais como Foucault e Nietzsche. O investimento governamental para esclarecimento sobre o assunto é imprescindível nas artes pelo apoio a produções cinematográficas, romances, peças teatrais, produções musicais etc. que abordem o conteúdo; e campanhas pelas mídias (inclusive digitais) como a “Janeiro Branco”, levando à sociedade a compreensão de que consciente e inconsciente compõem o mesmo ser.

 

 

 

ESCOLA DE REDAÇÃO NELSON LETRAS – MATRÍCULAS ABERTAS 2021

– AULAS INDIVIDUAIS OU EM GRUPO

– RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES

– AULAS REFLEXIVAS SOBRE TEMAS ATUAIS

RUA CORONEL FONSECA, 408, CENTRO, BOTUCATU. INFORMAÇÕES PELO WHATSAPP (14) 98171 44 84

Que tal treinar seu texto para a redação do ENEM?

O próximo domingo (17.01) será o primeiro dia de provas do Enem, Exame Nacional do Ensino Médio. Mais de cinco milhões de estudantes farão as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e ciências humanas e suas tecnologias. “Bora” se preparar para a redação, analisando um texto produzido pelo professor Nelson Letras sobre o tema do ano ado “Democratização do o ao cinema no Brasil”!

O filósofo pré-socrático Heráclito, em suas reflexões sobre a substância primordial existente em todos os seres materiais, a arché, chegou à conclusão de que a realidade é dinâmica, de que nada persiste nem permanece o mesmo. O pensamento do grego Heráclito já possui dois mil e quinhentos anos, porém muitos indivíduos, em alguns casos, ainda não enxergam a realidade dessa maneira. Em 1990, dois anos após sua produção, Cinema Paradiso recebeu o Oscar de melhor filme em língua não inglesa. A produção italiana tem como cenário o auge e o declínio das salas de cinema. A película remete à realidade em que o número dessas salas diminuiu consideravelmente nas décadas de 1980 e 1990. Todavia o cinema não está deixando de existir, ele está se transformando, e não compreender essa mudança é uma visão reducionista sobre a democratização da Sétima Arte, da manifestação da essência do ser humano por meio da sucessão de imagens em movimento que contam uma história.

“Vivemos em tempos líquidos, nada é feito para durar”. Em seus estudos sobre a modernidade líquida, o filósofo polonês Zygmunt Bauman analisou a superficialidade nas relações entre os homens, entre o homem e o mundo. Um dos principais responsáveis por essa liquidez é a revolução comunicacional, que auxiliou a democratização do cinema. Embora as salas de cinema estejam tentando se adaptar aos novos tempos, por meio, por exemplo, da exibição de filmes com efeitos especiais na produção de histórias fantásticas envolvendo super-heróis, ou do uso de tecnologias 3D, ou até mesmo do conforto, a procura por elas é muito menor que nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Entretanto o cinema não está apenas nas “salas”, mas também nos aparelhos de tevê, nos computadores, nos celulares. O uso de satélites, de cabos e, principalmente, a internet ampliaram o número de pessoas não só que assistem às produções – sem se restringir apenas àquelas exibidas nas salas de cinema -, como também que participam da elaboração de filmes, haja vista que, muitos podem realizar produções visuais caseiras e divulgá-las pela rede.

A Sétima Arte está em transformação. Devido à Terceira Revolução Industrial, ela está mais democrática. O indivíduo não está mais apenas aos filmes exibidos nas salas de cinema. Estas ainda são muito importantes, portanto é necessário que o governo federal, em parceria com os municípios, crie, sem a cobrança de ingressos, cinemas em áreas mais pobres, pois este é um público que está a pouco lazer, e valorizaria esse entretenimento. Contudo os filmes exibidos nestas devem conter os mais variados pontos de vista, desde produções como Bacurau e Marighella até O Patriota de Mel Gibson. Cinema é arte, e arte não é apenas “a mimese da realidade” como afirmou o filósofo Aristóteles; arte também é entretenimento, é reflexão, é uma maneira de ver o mundo sob perspectivas diferentes. Logo o cinema deve ser mais valorizado por Estado e sociedade. Deve haver investimento estatal no o do espectador e também nas produções e divulgação de filmes nacionais. Instituições como as escolas precisam se aproveitar mais dessa ferramenta, pois os filmes tornam o conhecimento mais aprazível. Cinema é movimento, e, para acompanhá-lo, é necessário estar em harmonia com sua velocidade.

 

#EuCuidoDaCultura

Formada por visões diferentes de mundo, cultura é algo plural, não se trata de algo homogêneo. Ela é tudo aquilo que resulta da criação humana, desde valores, tradições de uma determinada comunidade até o trabalho artístico que requeira mais vocação e dedicação. Desde a cultura popular, do funk até a cultura mais metafórica, mais artística, de Chico Buarque, toda cultura possui valor, sua importância. Nossa cidade Botucatu desfruta desde o grafite de algumas praças até as exposições mais famosas que acontecem na Pinacoteca Fórum da Artes.

Nesses difíceis tempos de confinamento, ficamos s a como nos encantar e sentir a voz dos movimentos culturais. Mas somos criativos, somos arte, somos cultura! E nos organizamos com lives pelas redes sociais, com exibições de nossa orquestra sinfônica pelo Youtube etc.

E para dizer “Nós estamos aqui, vamos cuidar da cultura!”, artistas de nossa cidade gravaram um videoclipe e iniciaram o movimento #EuCuidoDaCultura… De suas casas, de seus quintais, representantes de nossa cultura cantam “A arte de rua/ Da noite/ Do dia/ Da praça do bosque/ Da periferia/ Veja bem/ Somos vozes/ Da mesma ruptura/ (…) Somos parte da mesma mistura/ Eu cuido/ Você cuida/ Da cultura”.

 

 

Siga o movimento #EuCuidoDaCultura pelo Facebook e Instagram, compartilhe e assista ao videoclipe pelo link

 

https://www.youtube.com/watch?v=DlR_jD4Q1Rs&lc=UgzJ0iKjYVBKA5EmXox4AaABAg.98SAPeWuXpR98T2L5tJv19