Quinze policiais civis de Bauru, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), cumpriram, nesta quinta-feira (25), mandados de busca e apreensão em um despachante e na casa de dois sócios desta empresa, na cidade de Marília (100 quilômetros de Bauru). Eles são suspeitos de participação em fraudes no sistema do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Celulares foram recolhidos. Na casa de um deles, ainda foram apreendidos R$ 80 mil em dinheiro, encontrados debaixo da cama.
Segundo o delegado Gláucio Eduardo Stocco, o trabalho da Deic, do Departamento de Polícia Judiciária do Interior 4 (Deinter-4), integra a Operação Gravame, iniciada em Bauru em 2022, com desdobramentos em São Paulo e Marília. A investigação apura corrupção e inserção de dados falsos nos sistemas de informações do Detran e da Prodesp, empresa de tecnologia do governo estadual, além de possíveis crimes relativos à organização criminosa e lavagem de dinheiro.
“A operação começou em Bauru (em setembro de 2022) e culminou com a prisão de um diretor técnico do setor de veículos do Detran de São Paulo (acusado de faturar milhões). Em fevereiro (deste ano), um servidor do departamento foi preso também, só que em Marília. Em troca de grandes quantias de dinheiro, eles faziam baixas ilegais de restrições de veículos para remover desbloqueios”, explica o delegado Gláucio Stocco.
APREENSÕES
Nesta quinta, segundo ele, com autorização da Justiça de Marília, as apreensões ocorreram no despachante, onde foi apreendida a caixa de um telefone celular utilizado para enviar demandas ilegais diretamente para um funcionário público do Detran de Marília. Este servidor havia sido preso em flagrante pela Deic, também em Marília, no dia 16 de fevereiro deste ano. Entretanto, o aparelho ainda não foi encontrado, informa Stocco.
O delegado de polícia acrescenta que, nesta quinta, outros dois mandados foram cumpridos nas residências dos sócios desse despachante, sendo apreendidos os respectivos telefones celulares e, na casa de um deles, em um condomínio residencial fechado, os R$ 80 mil, além de mais R$ 4 mil na carteira de um dos suspeitos. Também foi cumprida a ordem de busca na casa de uma mulher, em nome de quem estava registrado o telefone celular usado para encaminhar as demandas ilegais para o celular do funcionário do Detran que foi preso. As investigações prosseguem pelo Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold), da Deic.
Fonte: JCNET