Em uma grave violação ao Estado de Direito, a Prefeitura de Botucatu, sob comando direto do prefeito Fábio Leite, tem mobilizado forças policiais diariamente na entrada da empresa Reta Rápido Transportes Ltda., concessionária do transporte público municipal, com o objetivo de intimidar motoristas e impedir a organização de uma greve legal.
Enquanto os trabalhadores tentam, por meios legítimos, negociar reajuste salarial digno, a resposta da istração é a coerção — não contra os empresários, mas contra os trabalhadores. Uma ação que soa não apenas autoritária, mas conivente com os abusos da empresa concessionária.
População também denuncia o colapso do serviço
E não são apenas os trabalhadores que estão insatisfeitos. A população de Botucatu há muito tempo denuncia o péssimo serviço prestado pela Reta:
* Ônibus sucateados, sem manutenção;
* Relatos graves de ônibus rodando sem freio;
* Atrasos constantes nos horários, deixando cidadãos sem transporte;
* Falta de linhas em diversos bairros, principalmente periféricos;
* Superlotação diária, principalmente nos horários de entrada e saída das escolas e dos turnos de trabalho;
* Quebra frequente de veículos durante o trajeto, colocando em risco a vida dos ageiros.
O sentimento geral é de abandono e desprezo. A qualidade do transporte público em Botucatu beira o colapso — e a Prefeitura sabe disso.
Trabalhadores querem reajuste, mas a empresa e a Prefeitura se recusam a dialogar
Os motoristas reivindicam reajuste de 13,09% e os cobradores 16%, seguindo os índices já praticados por outras empresas do setor. A Reta ofereceu apenas 5%, uma proposta que a categoria classificou como “humilhante”. E o que fez o prefeito? Não cobrou a empresa. Não exigiu melhorias. Não convocou mesa de diálogo. Mandou a polícia.
Essa atitude transforma um conflito trabalhista legítimo em um teatro de repressão estatal.
Direitos violados e abuso de autoridade
A Constituição Federal é clara:
Artigo 7º, inciso XXVI: garante o direito à negociação coletiva.
Lei nº 7.783/89: assegura o direito de greve.
Além disso, a intervenção com força policial em relações privadas de trabalho não tem amparo legal. Pelo contrário, pode configurar abuso de poder, coação institucional e até improbidade istrativa, abrindo margem para responsabilização direta do prefeito.
Dois pesos e duas medidas?
O caso revela ainda a hipocrisia da gestão de Fábio Leite. Em outras ocasiões, o prefeito não hesitou em romper contratos com empresas que prestaram serviços ruins à cidade, como ocorreu na obra de reforma do Hospital do Bairro, quando ele declarou publicamente:
> “Empresas que prestam serviço porco não ficarão em Botucatu.”
A incoerência é gritante. Por que a Reta continua operando mesmo com denúncias da população, revolta dos trabalhadores, sucateamento da frota e quebra de contrato social com os cidadãos?
Ao invés de aplicar a mesma régua e rescindir o contrato, o prefeito prefere proteger a empresa e intimidar quem trabalha.
Quem o prefeito está defendendo? O povo ou os empresários?
Os fatos falam por si.
O transporte é público, mas quem sofre são os usuários e os trabalhadores.
A empresa lucra com contrato da Prefeitura, mas entrega um serviço precário e perigoso.
Os motoristas pedem dignidade, e recebem viaturas policiais como resposta.
Enquanto isso, o prefeito se omite como gestor e age como capataz de interesses empresariais, calando greves, criminalizando trabalhadores e ignorando os apelos da população.
A cidade precisa reagir
Botucatu está sendo governada para quem? Para o povo ou para os empresários?
A permanência da Reta no sistema, mesmo diante de provas de má prestação de serviço e desrespeito à categoria trabalhadora, é uma vergonha pública. E a repressão policial comandada pelo prefeito, um atentado ao direito de protesto, à democracia e à justiça social.
E o questionamento da população diante de todos esses fatos é:
Se Fábio Leite diz que empresas ruins não ficam na cidade, então por que a Reta ainda está aqui?
A Rede Alpha de Comunicação continuará acompanhando os desdobramentos dessa situação e atualizando as informações para a população.