Os servidores públicos municipais de Botucatu, em especial os profissionais da Rede Municipal de Educação, manifestaram forte insatisfação com a condução das negociações salariais por parte da Prefeitura e do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Botucatu (SISPUMB). A categoria, por meio da Associação dos Profissionais da Rede Pública Municipal da Educação de Botucatu (APRPMEB), encaminhou a todos os vereadores, um pedido formal de vistas, sobre o Projeto de Lei que trata do reajuste salarial e ainda, publicou 5 Notas de Repúdio denunciando a falta de transparência e diálogo efetivo no processo.
As críticas apontam para uma série de decisões unilaterais e desrespeitosas ao direito de participação dos servidores nas negociações.
Entre os principais pontos levantados, a Associação destaca que o Sindicato SISPUMB comunicou-se de forma isolada com o Gabinete do Prefeito, após a Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 19 de maio, onde foi acordado que os representantes das associações de servidores, como a Associação dos Trabalhadores e Funcionários Públicos Municipais de Botucatu (ATFPMB) e da Associação dos Profissionais da Rede Pública Municipal da Educação de Botucatu (APRPMEB), também iriam participar dessa reunião com o prefeito.
Segundo a APRPMEB, a situação se agravou com a comunicação, via WhatsApp, do gabinete do prefeito ao presidente do SISPUMB sobre o envio do Projeto de Lei à Câmara Municipal — uma medida considerada arbitrária e à revelia dos servidores.
A votação na Câmara Municipal de Botucatu será em caráter extraordinário e foi agendada para os dia 26/05 às 09h00.
No entanto, o SISPUMB convocou nova Assembléia Geral Extraordinária para o dia 26 de maio e isso gerou ainda mais indignação dos servidores municipais. Isso por que, a primeira assembléia está marcada para às 7h30, em pleno horário de expediente dos servidores, o que compromete a participação da categoria. E a segunda, às 19h30 do mesmo dia, visando discutir uma pauta que, segundo a APRPMEB, a proposta do prefeito relacionada aos salários e vales dos servidores já poderá estar decidida. Além disso, a segunda Assembléia também foi agendada em horário de trabalho de mutis trabalhadores afetados.
Para os servidores, as atitudes da Prefeitura e do SISPUMB revelam um processo de negociação conduzido de forma atropelada e sem o devido respeito à base. “Estamos sendo excluídos das decisões que impactam diretamente nossa vida funcional. A ausência de diálogo e a imposição de prazos e horários inviáveis mostram o descompromisso com a valorização real do servidor público”, destaca um trecho das Notas de Repúdio.
A Associação reforça o pedido de vistas como forma de garantir tempo hábil para discussão ampla e democrática, e cobra da Câmara e do Executivo maior responsabilidade com o funcionalismo público municipal.
A equipe de jornalismo da Rede Alpha aguarda um posicionamento oficial da Prefeitura, do SISPUMB e da Presidência da Câmara sobre os questionamentos levantados.